II ENSL-II Encontro Nordestino de Software Livre e minhas considerações…

Sempre fui ligado nessa coisa de Software Livre. Como minha adolescência foi um desastre e minha juventude não compensou muito, precisava de um referencial na vida. E aí encontrei o Linux, e como já achava, em meados de 2000, o Windows um doente terminal sem sistema imunológico, acabei instalando no meu PC o Conectiva 3.0. Um pesadelo completo.

Depois veio o viés ideológico…Os Softwares Livres são distribuídos livremente e você pode, de posse do código, refazê-los e criar seu próprio Frankenstein com o monstro dos outros. Legal. Você pode dá uma cópia pro seu semelhante, que não é crime, pode ensinar informática com eles etc…Tudo muito bonitinho…Mais legal ainda.

Então os eventos se popularizaram, e como existem fanboys de tudo quanto é coisa espalhados pelo mundo, de StarWars a fãs de Porrinha, não podia deixar de existir os amantes do Linux, seu pinguim e de programas de computador livres.

A coisa cresceu tanto que surgiram, no Brasil, os FISLs, Fóruns Internacionais de Software Livre, que já registraram 9000 cabeças pensantes em público, só no ano de 2005. Aí veio a onda do fanatismo, gente que não levava desaforo pra casa e tomava GNU/Linux/SL como religião salvadora. Vieram as aparições na grande mídia, de figurinhas tarimbadas da comunidade, como o Carlos E. Morimoto, o Augusto Campos, o Marcelo Tosatti, Sérgio Amadeu, ]úlio Neves entre outros. Aparições estas, em programas como Jô Soares e revistas como Istoé e veja. Surgiu a “Kuruminmania” blá-blá-blá…

Confesso que fui um membro fanático dessa galerinha. Detestava a Microsoft e julgava as pessoas pelo S.O. que estava instalado em seu computador. Era uma forma de preencher meu vazio interior. Hoje a galera mais fanática cresceu, arrefeceu, e representa os mais maduros da comunidade, gente já no limiar dos vinte e poucos, vinte e tantos e trinta e poucos…

Não odeio mais a Microsoft, não ligo mais pra filosofia do Software Livre, não tenho minhas marcas, nem meus modelos e só uso Blender, Debian, Ubuntu e Gimp porque gosto e porque me ajuda…Se você quiser usar esses softwares, use, senão, problema seu…

A base operacional, o GNU/Linux (obra-prima do finlandês Linus Torvalds), não colou no desktop, devido a problemas técnicos, judiciais, de design, culturais e devido ao monopólio da Microsoft e seu forte lobby na área. Quando o apoio do governo brasileiro surgiu para que a população comprasse PCs com Linux, não houve uma boa recepção e a maioria dos cunsumidores formatou o disco rígido do computador para instalar o que é culturalmente aceito, ou seja Windows XP.

O movimento nacional caiu na real, e a maioria de nós sabe, que hoje, só usará Linux quem quiser, de fato.

A moral da história é que atualmente temos mais computadores e gadgets, como celulares que só não limpam seu bum-bum, com Linux e S.L do que antigamente (até 3 anos atrás), quando o movimento era mais forte. Ou seja: A ideologia baixou a cabeça e venceu a usabilidade e a necessidade.

Software não é arte, e os consumidores nunca o verão assim, exceto os graúdos compradores das traquitanas “cool” da Apple. Software é código que serve pra algo. Ver software como arte é um direito seu, mas não um dever do consumidor. Software não é ideologia, é produto, que pode suportar um ideal de amor ao semelhante, na medida que é compartilhado com os outros. Tomá-lo por si só, e achá-lo fantástico, mesmo que muitas vezes sem função para a sociedade, é puro egoísmo.

E com esse espírito que vou ao ENSL, com o intuito de ver palestras da área, como a de Nathan Wilson da DreamWorks, e não porque venero o produto, porém, sim, sua contribuição para a sociedade e para mim.

Fonte: http://www.ensl.org.br

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